terça-feira, maio 15, 2007

Fim.



O fim.
Um fim significa que algo acabou.
Um fim significa que um tempo parou.
Um fim significa que um caminho terminou.
Um fim significa que um período fechou.
Um fim significa um renascer.
Um fim pode ser um principio.
Agora acabou... alem, algures, irá começar de novo.
Até sempre. Obrigado por estarem comigo.
Bem-haja.
Tudo acaba e tudo se renova.

domingo, março 11, 2007

A vida...passada...presente...futura.

Não sejas, passado, os tormentos meus.
Por tudo te peço que não me persigas.
Sê breve no teu olhar, no teu despojar,
Mas não me atormentes na minha eternidade.
Tu que me acusaste de sofrimento,
Agora me atiras nesse teu fosso ardente.
Mas o presente, essa bela mulher de rosto azul
E cabelos de oiro como pasto de feno
Guarda-me de tuas amarras, longe desses teus encantos falseados.
Não existe noite nem dia, que aqui e além se ouça
O que eu entendia por ser a cabeça ouca e vazia
De teus pensamentos quebrados e amaldiçoados.
Quero sentir a paz dos meus dias.
O repouso do sono celeste,
para fugir a esses teus sonhos com faces de fogo.
Para ao despertar, doce e solene, poder ter o perfume de uma paixão efêmere.
Mas o amor será eterno, nesta minha alma que teimas em perseguir
Eterno amando o caminho, esta vida que é grandiosa no seu leme.

A todos os que padeceram no 11-M.

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

MUXIMA

Muxima - significa coração em kimbundu (um dialecto angolano).
Coração é o lugar onde guardamos os nossos sentimentos. No Muxima guardei vários sentimentos. O sentimento do amor – estive com a mulher com quem partilho o sentimento mais ilimitado de todos, a mulher com quem falo no silencio dos gestos, das virtudes. O sentimento da amizade – é um tesouro vivo, sempre que encontro pessoas como o Jorge e a Sofia, sinto que o mundo é uma dávida. Afinal este mundo em que vivo está repleto de gente sábia pelos seus sentires, pelas histórias ricas em sensações, em momentos de rara beleza humana e espiritual. O sentimento do conforto – sente-se em cada cor uma viagem, em cada promenor uma paragem, um destino transformado em cada recordação. O Muxima não se trata só de um local, trata-se de um culto, um culto pelo silencio interior de cada ser que por ali passa. Um silencio para se poder verdadeiramente comunicar com o todo que nos circunda. As árvores que falam pelo vento, os animais que efusivamente comunicam pelo afecto, das plantas que transpiram os ododres de uma terra fertil, da água que cristaliza o tempo em gotas de orvalho cintilante. Assim se está num lugar mágico pela sua simplicidade. Afinal e porque a vida é simples, também sermos felizes pode ser simplesmente assim…com o coração. Posso estar aqui a escrever durante horas sobre o Muxima, mas penso que guardar muito do que vivi e desejo voltar a viver lá fica para mim, para mim e para a Raquel e para quem nos venha a acompanhar. Obrigado Jorge, pela sabedoria da tranquilidade; Obrigado Sofia, pela sabedoria do bem-estar; obrigado Vicente e Beatriz, pela sabedoria dos sorrisos; Obrigado Oito, Riscas,Manga; Kaiser pela sabedoria da natureza.

Visitem o Muxima. Visitem www.muxima-montesferreiros.com

quarta-feira, janeiro 24, 2007

Falar do Aborto...porque SIM

Falar do aborto
Falo de um referendo. Falo de uma pergunta. Uma questão que encerra tantas questões em si mesma. Vejo este referendo, antes de mais, como uma guerra entre a Igreija, os conceitos mais conservadores deste nosso Portugal e a esquerda política. Estou triste por ver uma oportunidade da nossa sociedade conseguir, finalmente, reflectir dentro da sua própria consciência sobre um tema sensível, perder-se nos velhos confins de velhas disputas azedadas por lutas libertinas. O aborto é um assunto de pensamento, pensamento próprio. É um assunto interno de cada ser humano, e não uma obrigação de pensamento comum, de ideais, de crenças.
Há dias escutava preplexo ao comentário absurdo de um padre, que ameaçava os seus co-cidadãos a votarem no NÃO, com risco de serem punidos e excomungados pela paróquia... dias depois observo num jornal, a imposição do partido socialista, maioritário no governo, a todos os seus membros a votarem SIM. Bloco de esquerda quase chama de ignóbeis aqueles que não votarem SIM. O partido comunista... bem, penso que deles nem vale a pena falar, senão vou entrar num beco sem saída. As organizações ligadas à igreija defendem um NÃO obrigado, pela vida... ou pela consciência de defenderem algo que julgam ser o mais fácil, algo que as conforta quando hipocritamente entram num local sagrado e se benzem orando como gente defensora da vida.
Eu vou votar. Vou votar SIM.
Não porque seja gnóstico assumido, nem porque esteja de costas voltadas para as actuais consciências da igreija. Não porque seja de esquerda, sou mais liberal. Não porque pense como todos os que votam SIM. Voto SIM, porque penso que a lei actual é cínica. A lei actual disfarça uma quantidade de interesses. A lei actual despreza a humanização da situação. Sou a favor da vida sim. Sou humanista sim. Mas sou a favor de uma vida em que as condições mínimas em termos humanos devem estar salvaguardadas. Não sou a favor do nascimento pelas estatísticas globais de população. Não sou preconceituoso com os seres que apresentam deficiências no próprio feto. Não sou a favor de um aborto indiscriminado, via de contracepção, de uma aborto transformado em lugar comum na vida de uma mulher. Sou a favor da livre escolha, mas da escolha responsável.
Vou votar SIM num referendo marcado pelos interesses idealistas de uma sociedade cada vez mais prisioneira do seu próprio vazio.
Penso que o aborto é apenas o fim da discussão. O símbolo de prisão idealista é a ausência de vontade em discutir a raiz deste e de muitos problemas: a cultura, a mentalidade. Penso que vamos continuar outros abortos, outros referendos virão sobre assuntos de interesses, quer políticos, quer religiosos, mas continuar-se-á a voltar as costas à mentalidade, à cultura portuguesa que teima em desaparecer num falta de identidade própria...
Não queria deixar de realçar os poucos membros desta nossa sociedade que tem tido a coragem, a verdadeira, de exporem as suas idéias e de as discutir sobre este tema de uma forma desinteressada, com o único objectivo de esclarecer e responsabilizar o pensamento de cada um. Parabéns a todos eles.
Votem dia 11 de fevereiro. Mas votem pelo que acreditam.

segunda-feira, novembro 27, 2006

1 ANO!

Penso no tempo que já passou...
Esse corredor que nos envolve como um cobertor
Que nos aquece os momentos em que tudo já passou
Mas em que agora tudo está a passar...
Esse tempo que te levou, para junto do pó
Esse tempo em que paraste para nos veres andar
E nós caminhamos olhando-te no soslaio da noite
Sentimos-te na madrugada, pela humidade que vem até nós
Sentimos-te pelo vento que teima em rasgar caminhos
Sentimos-te pelas asas de um qualquer pássaro que nos vigia
Sentimos-te pelas árvores que nos resguardam na sombra do abrigo
Sentimos-te nos traços que deixaste, esses riscos acrobatas que se encantam no desenho.
Mas o tempo passou, e eu deixei-te de ver.
Deixei de olhar essa tua forma de rires livremente
Deixei de sentir essas tuas cruéis verdades que nos tornavam laços da liberdade
Deixei de ver esses contornos heróicos do teu lutar.
O tempo levou-os contigo, quando paraste lá trás.
Mas sabes meu irmão, eu também fiquei contigo lá atrás.
Fiquei no tempo em que nos abraçamos como cúmplices de ideias
Fiquei no tempo em que choramos as noticias
Fiquei no tempo em que rimos dos momentos que vivíamos como crianças
Foste um sábio no tempo, meu irmão
Foste um sábio da vida. És o meu sábio, o meu irmão.
Agora o tempo passa, não é o mesmo sem ti.
Mas o tempo guarda-te no meu coração, sempre.
Obrigado Luis Gama!
Obrigado Meu irmão!

Agora abraça-me, e deixa-te estar no meu pensamento!

domingo, novembro 05, 2006

A presença

Partiste. Saiste pela porta da vida. Olhamos-te de soslaio pela noite e quando acordámos já tinhas saido.
Ficámos com os riscos de um desenho teu nos nossos corações. O teu corpo tranformou-se em árvores
que nos abraçam pelo dia, em lua que nos aconchega pela noite. O teu corpo mutou-se num vento que
nos seca as lágrimas da partida. O teu corpo é um sol que nos aquece a pele fria pela ausencia do teu
toque.
Partiste. Mas ficaste. Estás no pensamento de todos. Falamos de ti pelas letras indeterminadas do sentir.
Falamos de ti através de uma linguagem que nos ensinaste. Falamos de ti, sentindo, vivendo, disfrutando.
Sim, sinto a tua falta. Mas sinto-te no corpo, no olhar que se perde na imensidão do teu nome. Estás como
sempre estiveste: para lá do imaginário. Para lá do que sempre imaginamos ser o sentimento. Para lá do
que pensamos ser a existencia. Estás onde sempre estiveste...em nossos corações. Gravado com o ouro
de um amor.
Hoje sonhamos contigo. Hoje vivemos contigo. Não morreste nos nossos espiritos.
Hoje és Luis, o meu irmão, o meu amigo, o meu designer do sentimento.
Obrigado por existires.

Para Ti Luis.

terça-feira, outubro 10, 2006

A Batalha



"Olhar para um campo de batalha é como olhar para o próprio destino. É pensar nas armas que se detém, como usá-las, manejando-as com a destreza de um guerreiro. É pensar nos passos que se dá, nos movimentos que se desenham. É pensar no passado como uma aula, no presente como uma oportunidade, e ter o futuro como uma vitória. Olhar o campo de batalha é olhar o medo e a coragem, enfrentar os pesadelos e os sonhos, arriscar os receios e as vontades. Olha-se a imensidão do espaço, fixando os lugares onde se pode jogar as estratégias, apontando os pontos onde se deve conquistar e re-conquistar. Olha-se o horizonte com a visão de um profeta, com o coração de um conquistador, mas com a mente de um guerreiro. Combate-se as barreiras dos que nos contestam, dos que discordam dos planos, mas abraçam-se aqueles que nos acompanham, que nos dão as mãos e nos sorriem no momento da queda, que nos limpam as feridas e nos exugam as chagas. Olha-se a capa que revestirá o corpo, limpa-se-lhe o sangue dos que padeceram, fecha-se a memória aos que partiram e veste-se o manto que nos guarda a alma, centro de um mundo onde só Deus consegue partilhar todos os tesouros conquistados e perdidos."

in "O Deserto dos Homens", Carlos Almeida

De novo...

De novo se escreve um nome,
De novo se esboça um rosto,
De novo se procura uma voz.
De novo se decora uma morada,
De novo se cria um caminho.
De novo se emerge um sentimento,
De novo se traça um futuro.
De novo se imagina um sorriso,
De novo se anseia uma felicidade.
De novo se pensa no passado,
De novo se questiona o presente.
De novo se sofre pela dor intima,
De novo se deseja o intimo.
De novo se sonha,
De novo se desenha o amor.

A vida continua...de novo, até morrer.